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Filha do ex-presidente Temer diz que foi vítima de estupro em assalto

“Eu não registrei ocorrência, como se ter sido vítima de violência sexual me expusesse”, disse Luciana Temer, que já foi delegada


Foto: Instituto Liberta

Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta e filha do ex-presidente Michel Temer, revelou que foi vítima de estupro durante um assalto que sofreu anos atrás. Também explicou não ter registrado ocorrência por medo de se expor. As declarações foram dadas ao canal da apresentadora Angélica na internet.

“Eu já era adulta. Tinha 27 anos quando sofri um estupro em um assalto. Eu era delegada e havia saído recentemente desse cargo que ocupava em uma delegacia da mulher. A coisa mais natural do mundo seria eu registrar a ocorrência. E eu não registrei. Eu falava: ‘Nunca vão encontrar, para que eu vou me expor?’. Como se eu ter sido vítima de uma violência sexual me expusesse”, contou.

A revelação foi feita durante entrevista à apresentadora Angélica, em vídeo produzido pelo portal Mina, do Uol. Luciana contou que, na época, relatou o ocorrido para seu então marido e para suas irmãs, mas que nunca expôs o assunto publicamente. Hoje, ela defende que é necessário quebrar o silêncio e falar sobre os abusos, porque as vítimas não podem ter vergonha da violência sofrida.

“Eu levei muito tempo para contar isso para os meus filhos. Ficou num âmbito muito restrito, familiar. O que é uma idiotice, que não é praticada só por mim, mas também por grande parte das mulheres e dos homens da sociedade”, falou.

Adolescência
Outra situação de violência sexual relatada por Luciana ocorreu quando ela era adolescente.

“Eu estava voltando da escola e tinha um homem se masturbando em uma rua. Saí correndo, e ‘não aconteceu nada’. Não aconteceu nada? Eu demorei muito tempo para fazer esse trajeto sozinha de novo. Não foi só uma violência que me deixou desconfortável, é um crime previsto no Código Penal”, disse.

De acordo com a análise de Luciana Temer, as pessoas têm a tendência de “passar pano” para situações consideradas “mais leves”. O problema é que isso acaba permitindo que atos mais graves aconteçam. “A gente precisa parar de ter vergonha de ter sido vítima de violência sexual. Se nós adultos não temos coragem de falar, como é que a gente espera que as crianças falem?”, acrescentou.

Angélica e Luciana defenderam a educação social, para que crianças e adolescentes reconheçam quando estão sendo vítimas de violência sexual. “A criança saberia como se comportar, como agir. O tio passar a mão não é certo, ela ia saber disso”, disse a apresentadora. Luciana concordou: “Permite que ela reconheça, ela sabe que aquilo que não pode”.

Fonte: Metrópoles

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