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Veja quem é o professor que arquitetou o sequestro de empreiteiro no DF

Benevaldo Barbosa Novais, 39 anos, dá aula para crianças de musicoterapia e está preso desde o começo de novembro, acusado de planejar o sequestro e provavelmente matar Daniel Carvalho da Silva, desaparecido há quase dois meses


Foto: Redes sociais 
Uma pessoa acima de qualquer suspeita, mas considerado um psicopata pela polícia. Preso há mais de um mês no Complexo Penitenciário da Papuda, o Correio revela, em primeira mão, que o professor infantil Benevaldo Barbosa Novais, 39 anos, é apontado como o responsável por planejar e executar o sequestro contra o empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, 31, desaparecido há um mês e 20 dias depois de sair de uma igreja em Ceilândia Norte, na noite de 26 de outubro.

Bené, como é conhecido por pessoas próximas, foi preso no começo de novembro pelos policiais civis da Divisão de Repressão a Sequestros da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DRS/Corpatri). Foi ele, segundo as investigações, que orquestrou o crime, se passou pela vítima para enganar a família e, provavelmente, o matou e enterrou.

Daniel morava em Samambaia e saiu de casa para ir ao Centro de Evangelização Renascidos em Pentecostes. De lá, o empreiteiro se encontraria com a ex-companheira. O casal estava separado, mas buscava uma reconciliação. Foi na saída da igreja que ao menos três homens, em um UP vermelho, seguiram a Amarok da vítima. Os suspeitos, incluindo Bené, simularam uma batida na caminhonete de Daniel. Câmeras do circuito interno de segurança registraram a perseguição e o momento em que os criminosos abordam o empreiteiro e o colocam dentro do UP.

O paradeiro de Daniel segue incerto até hoje. Pelo menos até 28 de outubro, a vítima permaneceu sob o poder dos sequestradores. Ainda na noite do dia 26, Daniel enviou uma mensagem à ex, avisando que havia batido o carro. Depois disso, ele não respondeu mais. Na noite do dia 28, foi o último contato entre os dois. Por áudio, o homem falou que estava resolvendo uma situação, pois estaria sendo ameaçado.

Plano

De maneira arquitetada, Bené organizou todo o sequestro para evitar chamar a atenção da polícia e dos familiares de Daniel. Em 31 de outubro, o professor organizou a mudança dos móveis da casa do empreiteiro, de Samambaia para uma residência no Novo Gama (GO). Até um motorista de caminhão de frete foi contratado para o serviço. Seria uma forma de dar veracidade ao esquema montado e fazer com que os parentes acreditassem que a vítima queria desaparecer propositalmente por causa de dívidas de agiotas, o que era uma inverdade.

Vários móveis de Daniel, incluindo bebedouro, panelas e cadeiras, foram encontrados pelos investigadores no Novo Gama e na casa de Rinaldo Márcio de Oliveira, foragido da polícia e envolvido no crime. A mulher de Rinaldo chegou a ser presa por receptação na época, pelo fato dos móveis terem sido localizados na residência dela. Mas ela acabou liberada em audiência de custódia.

No período em que estiveram soltos, Bené e os comparsas fizeram várias transações bancárias (PIX) para diversas contas, até que o limite fosse excedido. Eles também efetuaram compras no cartão de crédito de Daniel. Além de Bené, a polícia prendeu o irmão dele, Édson Barbosa de Novais, e Wemerson Araújo da Fonseca, acusado de receber uma das transações feitas.

Benevaldo nega o crime. Em inúmeros depoimentos prestados à polícia, o professor diz que apenas “tentou ajudar” Daniel a fugir de agiotas. Com quase 7 mil seguidores no Instagram, Bené se apresenta como educador parental e professor de musicalização para crianças com deficiência e neurodivergências. Licenciado em pedagogia, ele faz questão de publicar fotos e vídeos do trabalho prestado em uma sala multidisciplinar de Samambaia.

Rinaldo, considerado foragido, tem dois mandados de prisão expedidos pela Justiça, sendo um pelo sequestro e morte de Daniel e outro por um homicídio cometido em junho deste ano no Gama. A polícia pede para que, quem souber o paradeiro do acusado, ligue para o número 197, da Polícia Civil. “Hoje a polícia pode dizer convicção que o crime foi muito planejado e que vítima e o líder dos sequestradores se conheciam, por isso, não teria como ela sair viva desse sequestro”, pontua o delegado André Leite, coordenador da Corpatri.

A PCDF segue com as investigações para identificar e localizar todas as pessoas beneficiárias de valores transferidos por PIX da conta da vítima, além de localizar o corpo de Daniel.



Com informações do Correio Braziliense - Darcianne Diogo

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