Carretas tecnológicas oferecem cursos gratuitos de Inteligência Artificial, games, IoT e Big Data; iniciativa já forma quase 500 alunos em Água Quente, Santa Maria, Brazlândia e Ceilândia
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Matheus H. Souza/Agência Brasília |
Com investimento de R$ 13 milhões, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), está ampliando o projeto Brasil.IA, que leva capacitação digital gratuita a jovens e adultos em diversas regiões administrativas. Nesta etapa, as carretas tecnológicas atendem simultaneamente Água Quente, Santa Maria, Brazlândia e Ceilândia, com oficinas sobre Inteligência Artificial (IA), desenvolvimento de games, Internet das Coisas (IoT) e Big Data.
Ao todo, 490 alunos participam deste ciclo de atividades, com duração de 20 dias e aulas de segunda a sexta-feira, nos turnos da manhã e da tarde. O objetivo é realizar sete ciclos de formação até o fim de 2025, alcançando 28 regiões administrativas. As unidades móveis do programa são totalmente equipadas — com computadores, ar-condicionado, internet de alta velocidade, material didático e acessibilidade, proporcionando um ambiente de aprendizado moderno e inclusivo.
“O Brasil.IA nasceu da necessidade de formar pessoas para um mercado que já é o presente”, destacou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Rafael Vitorino. Segundo ele, há empresas de tecnologia em Brasília com dificuldade de contratação por falta de mão de obra qualificada. “O projeto busca ser esse elo entre a formação e o setor produtivo, promovendo inclusão e empregabilidade”, completou.
Além das aulas práticas e da certificação, o programa também faz o encaminhamento de alunos para estágios e vagas de trabalho, por meio de parcerias com o setor privado. “Alguns alunos nunca tiveram acesso à internet ou a um computador. Hoje, passam a enxergar novas possibilidades de estudo, renda e cidadania”, acrescentou o secretário.
Em Água Quente, uma das regiões mais novas do DF, cerca de 100 alunos participam das oficinas. A dona de casa Laísa Léia de Souza Lima, de 28 anos, decidiu acompanhar o filho e acabou descobrindo uma nova vocação. “Vim inscrever o meu filho e acabei me inscrevendo também. Achei que não fosse conseguir acompanhar, mas o professor explica tudo muito bem. Já consigo gerar imagens e vídeos com IA. É uma coisa que parecia de outro mundo, e agora eu entendo e aplico”, comemorou.
O filho, José Daniel, de 11 anos, aluno do curso de animação 2D, também se encantou com o aprendizado. “Achei que fosse muito difícil, mas percebi que a animação é pura criatividade. Quero ser engenheiro de robótica, e o curso está me ajudando a projetar meus trabalhos no computador antes de fazer na vida real”, contou.
Outro destaque é Daniel Davi Lucena Milhão, também de 11 anos, aluno do curso de IA. Ele utilizou o que aprendeu para escrever um e-book sobre criptomoedas, usando ferramentas de inteligência artificial generativa. “Aprendi a fazer perguntas certas para a máquina e percebi que ela ajuda a gente a pensar melhor. Resolvi escrever o e-book para explicar o que é Bitcoin de forma simples, para quem nunca ouviu falar”, disse.
A coordenadora pedagógica Natália Ribeiro Silva destacou o impacto transformador do projeto. “O Daniel é um exemplo do que o Brasil.IA representa: despertar consciência, não apenas habilidade técnica. Temos alunos de 9 a 70 anos, e muitos chegam sem saber ligar um computador. Ver a superação de cada um é o que torna esse trabalho tão gratificante”, afirmou.
Serviço
Nesta etapa, as carretas do Brasil.IA estão instaladas nos seguintes locais:
Água Quente: em frente à Administração Regional;
Santa Maria: em frente à 33ª Delegacia de Polícia;
Brazlândia: em frente ao CED 02;
Ceilândia: ao lado da Administração Regional.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas online, por meio do formulário disponível no site da Secti.
Com informações da Agência Brasília.
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