PGR considera necessário colher um depoimento premilinar da deputada antes de abrir qualquer investigação
Foto: Reprodução/Youtube |
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou, neste sábado (5/11), que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) seja intimada para prestar depoimento imediatamente sobre o episódio em que a parlamentar, armada, perseguiu um homem na região dos Jardins, em São Paulo. O caso ocorreu na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, em 29 de outubro.
A decisão do ministro atendeu um pedido da própria Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou permissão para ouvir a deputada. Ao acatar o pedido, Mendes considerou que tal medida seria “necessária e adequada ao esclarecimento da hipótese investigativa”.
A manifestação da procuradoria-geral aconteceu após determinação de Gilmar, que fixou três dias para que o Ministério Público analisasse um pedido de investigação contra a parlamentar feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e advogados. A PGR considera necessário colher um depoimento preliminar da deputada antes de abrir qualquer investigação.
Na visão do magistrado, Zambelli precisa ser investigada pela Corte, uma vez que ela tem foro por prerrogativa de função e os fatos se deram na vigência do mandato.
No documento deste sábado, Mendes afirma que é necessário colher imediatamente o depoimento deputada além da necessidade de imprimir celeridade na apuração dos fatos.
“Ainda que tal depoimento já tenha sido prestado em primeiro grau, a reinquirição da parlamentar pelo promotor natural do caso constitui medida útil ao regular desenvolvimento das investigações, razão pela qual deverá ser imediatamente realizada pela PGR, tendo em vista inclusive a relevância do caso e a necessidade de se imprimir um ritmo adequado a este procedimento investigativo, em observância à dimensão objetiva do princípio da razoável duração do processo”, escreveu.
A deputada Carla Zambelli está, atualmente, nos Estados Unidos a viagem.
Gilmar ressaltou que a PGR e a parlamentar devem “adotar os meios processuais e as soluções tecnológicas cabíveis para a colheita do depoimento, sob pena de revelia e de prosseguimento das apurações, independentemente dos esclarecimentos a serem prestados pela parlamentar”.
Episódio
No último sábado (29/10), véspera da eleição, a deputada apontou uma arma para um apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva. Zambelli alegou ter reagido após ter sido agredida e xingada por um apoiador do petista na Alameda Lorena, no bairro Jardins.
Segundo relato, a deputada estava em um restaurante, quando foi abordada por um grupo de apoiadores do ex-presidente. Eles teriam se aproximado da parlamentar e disparado xingamentos. Ela disse que foi empurrada e que alguém teria cuspido nela. Em seguida, mostra uma marca no joelho.
Porém, vídeo obtido pela coluna do Guilherme Amado, do Metrópoles, mostra que Zambelli não foi empurrada pelo homem que ela depois perseguiu, armada, e acuou dentro de um bar. As imagens mostram que a parlamentar tropeça sozinha e, ao levantar, sai correndo atrás do homem com um de seus seguranças, que já saca a arma e aponta para o homem negro.
Com informações do Metrópoles
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