Ex-primeira-dama se explicou sobre indícios de irregularidades expostos em reportagem do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles
Vinícius Schmidt/Metrópoles |
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se defendeu, em postagens no Instagram, das suspeitas de que receberia regularmente “encomendas” de uma amiga, no que supostamente poderia configurar a prática conhecida como “rachadinha” do salário da amiga. Essa suspeita foi exposta em reportagem do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, que revelou que funcionários do Palácio do Planalto durante a gestão presidencial de Jair Bolsonaro (PL) eram acionados para levar à então primeira-dama pacotes enviados por Rosimary Cardoso Cordeiro, assessora do senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB-MA).
Ainda de acordo com a reportagem publicada por Rangel em 3 de fevereiro, Rosimary Cordeiro, que é amiga de Michelle há vários anos, teve o salário como assessora parlamentar aumentado de pouco mais de R$ 6 mil para quase R$ 17 mil nos primeiros meses do governo Bolsonaro, em 2019.
Michelle se defendeu com a ferramenta stories, no Instagram, que são postagens que ficam no ar apenas por 24 horas. Nelas, a ex-primeira-dama se diz vítima de “traição de quem estava ao seu lado” e acusa um ex-auxiliar, sem citar nome, mas postando um print de conversa com ele, de insinuar recebimento de propina numa relação que seria, segundo ela, de empréstimos de acessórios e roupas entre amigas.
“Como Deus é bom e não nos deixa enganados de absolutamente nada”, escreveu ela, em postagem horas depois da publicação da reportagem do Metrópoles. “Temos todos os áudios do ex-funcionário que insinuava que eu estava recebendo ‘propina’ de minha amiga na matéria publicada no dia de hoje. Ele sabe muito bem que ele ia deixar roupas, acessórios que eu emprestava para ela, e a última vez, ele trouxe um pijama de presente de natal”, completou Michelle.
Em outra postagem, ela publicou um salmo bíblico que trata sobre a traição vinda de pessoas próximas.
A apuração de Rodrigo Rangel revelou que funcionários do Palácio do Alvorada que auxiliavam a então primeira-dama tinham autorização permanente para realizar a operação de busca-e-traz, a bordo de carros oficiais da Presidência. E que pegavam as encomendas com Rosimary (que aparece com Michelle na imagem abaixo) nas proximidades do Congresso Nacional, onde ela trabalha, ou no prédio onda ela mora, e levavam para o Alvorada.
Em outras duas postagens, essas realizadas neste sábado (4/2), Michelle filmou pastas que, segundo ela, reúnem todos os comprovantes de compras pessoais que ela fez no período em que Jair Bolsonaro foi presidente. “Só não tem o da troca de silicone porque o meu médico não cobrou”, escreveu.
A ex-primeira-dama não comentou outras revelações feitas pela reportagem do Metrópoles, como a de que funcionários do Palácio da Alvorada, supostamente a pedido dela, esvaziaram o espalho d’água do Palácio da Alvorada no final do mandato de Bolsonaro com o objetivo de recolher as moedas jogadas por turistas, numa operação que resultou na morte de peixes que viviam no local.
Com informações do Metrópoles - Raphael Veleda
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