Em depoimento à PCDF, o maquinista contou sua versão sobre o acidente com o ônibus que acabou matando uma pessoa e ferindo cinco
Vinícius Schmidt/Metrópoles |
O maquinista do trem que colidiu com um ônibus no Distrito Federal disse, em depoimento à Polícia Civil (PCDF), que buzinou e acionou o sino antes de atingir o veículo de transporte de passageiros. O grave acidente ocorreu em 17 de novembro perto do balão do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) que faz ligação com a Cidade do Automóvel. Cinco pessoas ficaram feridas e uma morreu.
No depoimento, o maquinista afirmou que exerce a profissão há 15 anos. O trem tinha três locomotivas, 102 vagões e cinco mil toneladas do minério bauxita, sendo que o peso do trem é de duas mil toneladas. Ele havia saído do Jardim Ingá (GO), no Entorno do DF, e tinha como destino Alumínio (SP).
Como faz parte do procedimento, o maquinista informou ter começado a buzinar enquanto fazia a curva, passando pela Estrutural, “mesmo sem ver o trânsito à frente”.
À medida que se aproximava da passagem, o maquinista verificou que o trânsito à frente fluía. Mesmo assim, ele relata que “intensificou a buzina e o sino do trem, a fim de chamar a atenção”.
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Momento da colisão
Aos policiais, o maquinista não soube dizer a que distância estava do ônibus quando o avistou em cima da linha. Quando viu que o coletivo aparentava estar parado ou devagar demais, acionou o freio de emergência.
Mesmo assim, devido ao espaço necessário até a parada total, era impossível parar de imediato e o impacto foi inevitável.
O maquinista informou que a velocidade do trem antes do acidente era abaixo de 30km/h. Segundo ele, no momento da colisão, o trem estava a 20km/h. Após o acidente, ele informou a empresa responsável pelo trem via rádio.
Investigação
Testemunhas afirmam que o trem bateu na traseira do ônibus, e Julia de Albuquerque Violato, 37 anos, foi jogada para fora e acabou atingida pelo trem. Ela é a única vítima que morreu.
O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro). O motorista do ônibus, Pedro Domiense Campos, foi ouvido pelos agentes. Ele permaneceu no local do acidente até ser encaminhado para o hospital, onde prestou depoimento.
Aos policiais o motorista afirmou que o acidente se deu por causa de um congestionamento e das condições do ônibus. Alegou ainda que estava em um engarrafamento quando o trânsito parou “de repente em cima da linha” e ele foi surpreendido pelo trem.
Campos explicou que fazia aquele mesmo trajeto a cada 15 dias. Questionado pelos policiais se não previu que poderia vir um trem na linha e que, inclusive, existe uma sinalização, o motorista disse que “a placa sempre fica lá, a vida toda”. Argumentou que o engarrafamento o levou a parar na linha, e o ônibus não teve como sair do local.
Com informações do Metrópoles - Mirelle Pinheiro, Samara Schwingel, Carlos Carone
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