O ex-presidenciável Ciro Gomes agrediu o homem, no último domingo (3/12), após ser chamado de “bandido” em um evento em Fortaleza (CE)
Reprodução/Redes Sociais |
O jovem agredido pelo ex-presidenciável Ciro Gomes no último domingo (3/12), conforme mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, foi identificado como o ativista Tiê Rocha de Sousa Oliveira.
Veja o momento em que o homem é estapeado:
Tiê se descreve, no portal Mapa Cultural do Ceará, como “sertanejo, juremeiro, ativista lesbotransfeminista, ambientalista e antirracista”. Ele integra o grupo Tambores de Safo há 12 anos, tendo sido também cofundador do grupo Batuque de Odê e do Bloco Cola-Velcro.
Ele participa como percussionista e contramestre de batuque no carnaval desde 2012, tendo marcado presença em grupos como o Maracatu Nação Pici, Afoxé Omorisá odé e Oxum Odolá.
Após o ocorrido, Tiê esclareceu, nas redes sociais, que não faz parte do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) do Ceará — a informação surgiu em alguns blogs locais. “Retificando, não sou filiado ao PSol Ceará, e nem serei candidato a vereador em 2024. (…) Apanho na cara com orgulho para defender o que é nosso, e não uso isso para me eleger”, ressaltou.
Ainda nas redes sociais, o ativista Tiê voltou a questionar Ciro, de acordo com publicação. “O senhor quer conversar hoje ou ainda quer me bater? Tem noção do que o senhor fez? Você podia ter me ignorado, e eu ia sair de doido, mas tu foi racista comigo”, escreveu.
O PSol Ceará, por meio de nota à imprensa, lamentou o episódio e reiterou a afirmação de Tiê de que ele não seria filiado ao partido.
Relembre o caso
A agressão de Ciro Gomes ao jovem ocorreu durante um show de samba em Fortaleza, no Ceará. O ex-presidenciável estava acompanhando do prefeito de Fortaleza, José Sarto.
“Diz pra nós como é que rouba a população sem ser preso”, provocou Tiê durante o evento. “É bandido, sim”, respondeu Tiê ao receber uma resposta negativa de Ciro. Logo em seguida, o ex-presidenciável deu um tapa no rosto de Tiê.
Veja a íntegra da nota do PSol Ceará
“Diante do lamentável episódio de violência política visto ontem no Ceará, o PSol Ceará se manifesta:
1 – Diferentemente do que vem sendo veiculado por sites, jornais, blogs e redes sociais, o jovem que sofre agressão física de Ciro Gomes na festa promovida pela prefeitura de Fortaleza não é filiado ao PSol
2 – Repudiamos qualquer tipo de agressão, seja ela verbal, psicológica ou física, motivada por questões de classe, gênero, orientação sexual, raça, física ou outra. A luta LGBTQIA+ constitui nosso partido e nos irmanamos a essa população. Há, no caso, uma enorme desigualdade de poder que não pode ser omitida, que gera também consequências desiguais para as pessoas envolvidas, como os atos de transfobia nas redes demonstram
3 – O PSol é um partido que preza pelo diálogo aberto e fraterno com a sociedade, partidos políticos progressistas e movimentos sociais, não abrindo mão de suas bandeiras e formulações. Apresentamos essas bandeiras com respeito e no campo do debate de ideias e concepções de uma sociedade mais justa, igualitária, humana e fraterna”.
Com informações do Metrópoles - Letícia Cotta
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