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Mulheres conquistam espaço no agronegócio e expõem na Feira Rural

Promovida pela Emater-DF, evento faz parte da AgroBrasília e conta com 41 expositores, sendo 38 mulheres. O objetivo é reconhecer o trabalho de produtoras rurais e aproximar clientes e agricultores


Ed Alves/CB/DA.Press
Entre as diversas iniciativas presentes na AgroBrasília para dar apoio aos profissionais do setor, está a Feira Rural. Organizada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), é um espaço de lazer, cultura, encontros e negociações. Essa é a terceira vez que a feira está presente no evento. Na edição deste ano, porém, com o objetivo de dar visibilidade à atuação feminina no meio rural, a empresa priorizou a inscrição de mulheres para expor no espaço.  

São 800m² ocupados por 22 estandes — 16 de comercialização de produtos rurais e seis voltados à alimentação. Dos 41 produtores que participam da Feira Rural, 38 são mulheres. Segundo Amanda Venturim, extensionista rural da Emater-DF, a empresa tem trabalhado para dar reconhecimento à atuação feminina no setor. "É uma iniciativa para que a gente consiga valorizar as mulheres que estão no campo, mas que muitas vezes ficam esquecidas no trabalho de casa, mesmo sendo elas que, em muitas situações, cuidam do lar e que ajudam na produção rural, também. Trouxemos para dentro da feira o trabalho que é feito tanto no artesanato, quanto na agroindústria e alimentação", explicou.

Segundo Andreia Cocka, diretora de marketing da Boa Safra, atualmente cerca de 20% dos estabelecimentos rurais são comandados por mulheres. "Entendo que esse empoderamento feminino na agricultura é um sinônimo de revolução", avaliou, informando que a Boa Safra atua com políticas de inclusão e equidade de gêneros. "No último ano, aumentamos em 20% o número de mulheres contratadas pela empresa. E temos trabalhado na evolução e comunicação com o setor, dando cada vez mais visibilidade, capacitação e reconhecimentos às mulheres", ressaltou.

Apoio


A agricultora familiar Tereza da Silva Ferreira, 58 anos, formada em agroecologia, é uma das expositoras. O Correio a encontrou dando uma verdadeira aula aos clientes que estavam em seu estande. Pioneira na produção de mirtilos no DF, contou que na chácara onde vive, na região do Polo de Cinema, em Sobradinho, produz frutas típicas do cerrado. O envolvimento com o mirtilo começou na pandemia, quando o esposo contraiu covid-19 e recebeu de um médico a indicação da fruta, pelos diversos benefícios. 

"Eu me apaixonei pela fruta. Quando fiquei sabendo que a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) trouxe para o DF junto com a UnB (Universidade de Brasília), eu passei a estudar e decidimos plantá-la. São duas espécies adaptadas para o Centro-Oeste, a biloxi e a emerald, eu trabalho de forma bem agroecológica, para intensificar os benefícios que elas trazem ao ser humano", disse. O público recebeu a fruta positivamente e, agora, a agricultora está preparando a chácara para receber visitação, de forma que os clientes poderão conhecer e colher os mirtilos. Tereza contou, ainda, que participa de praticamente todas as feiras promovidas pela Emater-DF e que sentiu-se apoiada com a iniciativa. 

No estande ao lado, estava Silvia Rodrigues de Sousa, 53. Moradora do Núcleo Rural de São José, em Planaltina. A agricultora familiar vive há 30 anos do que intitula como "produtos da terra". Junto à família, cultiva açafrão, frutas típicas do cerrado e produz rapaduras. "A minha função é viver na roça e do que ela me oferece, sem maltratar a natureza. A minha vida é sobre produzir, eu gosto muito e a minha família participa, também", contou. 

Sobre a iniciativa de priorizar a exposição do trabalho de mulheres na Feira Rural, a produtora destacou que o apoio que recebem é contínuo. "Eu estou na feira desde a primeira edição. Agora mesmo acabou de sair uma senhora e quando fui mostrar o açafrão ela disse que já me conhecia e que comprou na edição do ano passado, então os clientes voltam e divulgam às outras pessoas."

No caso de Ledir Cecília Klein, 61, a produção é de frutas vermelhas. Moradora do Lago Oeste, contou que vem de uma família de produtores gaúchos que sempre trabalharam com agricultura familiar. Vivendo em Brasília há dois anos, trouxe o plantio de morango e framboesas e recebe o apoio da Emater-DF e da UnB para executar um projeto de produção de amoras. Esta é a primeira vez que a produtora participa da AgroBrasília como expositora. "O apoio ao pequeno produtor e à agricultura familiar é muito importante. Os clientes têm buscado muito e, às vezes, é até difícil dar atenção para todo mundo. Dá para divulgar bem, e é exatamente esse o objetivo da feira", destacou. 

Com informações do Metrópoles - Letícia Guedes

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