Desde 2019, unidade do DF realizou 1.469 procedimentos de alta complexidade e se consolida como referência no tratamento de doenças cardiovasculares pelo SUS
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| Joel Rodrigues/Agência Brasília |
Seis anos após retomar as cirurgias cardíacas de peito aberto, o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) registra um avanço expressivo no número de procedimentos realizados. Desde o retorno do serviço, em outubro de 2019, o volume de cirurgias aumentou 1.108%, totalizando 1.469 atendimentos até o início de outubro deste ano.
A primeira paciente a passar pela cirurgia foi Luisa Andrade, então com 17 anos, diagnosticada com comunicação interatrial (CIA) — condição congênita que permite a mistura do sangue oxigenado com o não oxigenado. Hoje, aos 24 anos, ela leva uma vida normal e celebra o acolhimento recebido. “É como se eu tivesse renascido depois da cirurgia. Melhorei minha respiração, não tenho mais taquicardia e consigo fazer atividades físicas com facilidade”, conta.
Em 2019, o hospital realizou 23 cirurgias desse tipo. No ano passado, foram 278, e até a primeira quinzena de outubro de 2025, o número já alcançava 244 procedimentos. Para a chefe da Cirurgia Cardíaca do HBDF, Tatiana Maia, o crescimento é resultado dos investimentos do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF) em estrutura e capacitação.
“O IgesDF, junto ao Hospital de Base, vem crescendo em termos de investimento em equipamentos e em pessoal. Hoje, nós temos as melhores próteses do mercado e oferecemos o que há de mais moderno à população do DF”, destaca a médica.
Além das cirurgias eletivas, o Hospital de Base é o único hospital de porta aberta do DF que atende emergências cardiovasculares. “As doenças cardíacas estão entre as principais causas de morte no mundo, e é essencial oferecer esse serviço pelo SUS, com atendimento integral e gratuito”, reforça Tatiana.
A mãe de Luisa, Ângela Andrade, lembra com gratidão do acolhimento recebido: “Minha filha foi assistida pelos melhores médicos. Fomos muito bem-acolhidas, e hoje ela está curada. Só tenho a agradecer a toda a equipe.”
O procedimento, que pode custar até R$ 80 mil na rede privada, é oferecido gratuitamente pelo hospital. Cada cirurgia mobiliza uma equipe de nove profissionais, incluindo três cirurgiões, um anestesista e técnicos especializados.
Para Tatiana Maia, ver os resultados é uma das maiores recompensas: “Naquele momento, estou literalmente com o coração do paciente nas mãos. Ver a recuperação e saber que salvamos mais uma vida é algo que não tem preço.”

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