Em dois anos, o número de unidades de proteção passou de 14 para 31 em todas as regiões administrativas, ampliando o acesso a serviços de apoio psicológico, jurídico e social
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Joel Rodrigues/Agência Brasília |
“Cheguei aqui sem apoio da família, sem saber para onde correr. Hoje posso dizer que encontrei uma nova vida.” O relato é de Joana*, mãe solo de cinco filhos, que viveu anos de violência e cárcere privado antes de encontrar acolhimento no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), da Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF). Há seis meses, ela participa do grupo psicossocial Virando a Página e dos cursos de artesanato oferecidos pela unidade, onde aprendeu fuxico, crochê e bordado.
Além do acompanhamento psicológico e social, Joana recebe o Bolsa Família e o auxílio aluguel social — benefício de R$ 600 mensais concedido a mulheres que precisaram deixar suas casas para viver com segurança.
Histórias como a dela refletem o fortalecimento da rede de atendimento do Governo do Distrito Federal (GDF). Em apenas dois anos, o número de unidades de acolhimento passou de 14 para 31, cobrindo todas as regiões administrativas. Esses espaços oferecem escuta qualificada, orientação jurídica, apoio psicossocial e encaminhamentos para a rede de proteção. A Casa da Mulher Brasileira e a Casa Abrigo seguem como referências, enquanto os novos centros e núcleos especializados ampliam o alcance do atendimento.
“A missão da Secretaria da Mulher é prevenir e informar. Quando a violência acontece, enfrentamos, mas queremos que ela não aconteça. Por isso levamos campanhas, informação e ampliamos nossos espaços. Saímos de 14 para 31 unidades, inaugurando quatro Centros de Referência da Mulher Brasileira este ano”, destacou a secretária da Mulher, Giselle Ferreira.
Nos seis primeiros meses de 2025, foram registrados 24.983 atendimentos psicossociais e 11.226 mulheres acolhidas, segundo o Observatório de Violência contra a Mulher e Feminicídio. Esse avanço foi possível graças ao aumento de 743% no orçamento da Secretaria da Mulher entre 2020 e 2024, que passou de R$ 10,3 milhões para R$ 86,9 milhões.
“Cuidar de uma mulher é cuidar de uma família inteira. É um investimento em um futuro melhor”, afirmou Giselle. A vice-governadora Celina Leão reforçou o compromisso da gestão: “Nosso objetivo é garantir atendimento rápido e humanizado, com políticas públicas que promovam autonomia financeira e transformem vidas.”
A rede também atua na reeducação de homens autores de violência, promovendo encontros reflexivos para evitar reincidências. João*, um dos participantes, contou: “Percebi que muito do que eu achava certo era errado. Aprendi a conversar antes de reagir e consegui reconstruir o diálogo com minha família.”
Em casos de violência, as denúncias podem ser feitas pelos números 197 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar), 156 – opção 6, 180 (Central de Atendimento à Mulher) e Maria da Penha Online.
Locais de atendimento psicológico e social à mulher no DF:
Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (PCDF)
Programa Direito Delas (Secretaria de Justiça e Cidadania)
Casa da Mulher Brasileira (Ceilândia)
Centros de Referência da Mulher Brasileira
Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceam)
Espaços Acolher (Secretaria da Mulher)
*Nomes fictícios foram utilizados para preservar a identidade dos entrevistados.
Com informações da Agência Brasília
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