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DF vai dobrar número de escolas cívico-militares após aprovação de pais, alunos e professores

Com mais 25 unidades previstas, modelo de gestão compartilhada entre Educação e Segurança Pública mostra avanços em desempenho escolar e redução da criminalidade


Renato Alves/Agência Brasília
O governador Ibaneis Rocha anunciou a ampliação do modelo de escolas cívico-militares na rede pública do Distrito Federal. Atualmente com 25 unidades em funcionamento, o DF ganhará mais 25 escolas, dobrando o número de instituições com gestão compartilhada entre as secretarias de Educação e de Segurança Pública. A decisão foi tomada após altos índices de aprovação da comunidade escolar.

Pesquisas realizadas em 11 escolas indicam satisfação acima de 80% entre pais, alunos, professores e servidores, com índices variando de 81,38% a 98,3% — o melhor resultado foi registrado no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 17 de Taguatinga. As consultas seguem a Lei de Gestão Democrática da Educação do DF, com participação direta da comunidade nas decisões.

Para o governador, os resultados comprovam o sucesso da iniciativa: “Alunos que viviam em regiões de vulnerabilidade hoje estão passando em universidades federais e se destacando. Esse modelo é exitoso e serve de exemplo para todo o país”, afirmou Ibaneis Rocha.

Criado em 2019, o programa de gestão compartilhada começou com quatro escolas-piloto e é implementado em áreas de vulnerabilidade mapeadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). O modelo não gera custos adicionais ao governo, já que os militares que atuam nas escolas são da reserva remunerada, contribuindo com sua experiência sem afetar o efetivo ativo.

Um dos exemplos de sucesso é o Centro Educacional 1 da Estrutural, onde a parceria com a Polícia Militar transformou o ambiente escolar. De acordo com a diretora, Vanessa Nogueira, a unidade hoje está “100% pacificada”, com alunos conquistando vagas em universidades e mostrando avanços significativos na convivência e no rendimento.

Os efeitos também são sentidos na segurança pública. Dados da SSP-DF mostram que, desde a implantação do modelo, os índices de criminalidade na Estrutural caíram consideravelmente. Os homicídios reduziram de 20, em 2018, para 11, em 2024, e os roubos a transeuntes, de 554 para 195 no mesmo período.

Para o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, os resultados refletem o impacto positivo do programa: “Vemos avanços não só na segurança, mas também no aprendizado. Há alunos aprovados até em cursos de Medicina, o que mostra que o projeto alia disciplina, cultura e ensino de qualidade.”

A iniciativa também tem mudado trajetórias pessoais. Abraão Ludson, ex-aluno do Centro Educacional 07 de Ceilândia, hoje cursa Engenharia Mecânica na Universidade de Brasília (UnB). Ele atribui o ingresso na universidade à formação recebida na escola cívico-militar. Já Anna Clara Martins, também egressa da mesma unidade, foi aprovada em Medicina Veterinária na UnB e destaca que a rotina disciplinada e o apoio dos professores foram fundamentais para sua conquista.

Com a ampliação anunciada, o Distrito Federal passará a contar com 50 escolas cívico-militares, sendo 17 administradas em parceria com o Corpo de Bombeiros e oito com a Polícia Militar. O objetivo, segundo o governo, é levar o modelo a mais regiões de vulnerabilidade social, fortalecendo a segurança, a disciplina e o aprendizado nas escolas públicas.

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