Projeto do GDF oferece curso gratuito de costura industrial para pessoas em vulnerabilidade social, com aulas práticas e foco na inserção no mercado de trabalho
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Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília |
A Fábrica Social, programa do Governo do Distrito Federal (GDF) coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF), vem mudando histórias e criando novas oportunidades para quem busca recomeçar. Desde 2019, mais de 3,1 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social concluíram o curso de costura industrial oferecido gratuitamente pelo projeto. Somente em 2025, 322 alunos já receberam o certificado, e uma nova turma será iniciada em breve.
Localizada na Cidade do Automóvel, a unidade oferece capacitação de um ano dividida em oito módulos, abordando desde malharia básica e avançada até serigrafia, bordado computadorizado, confecção de bolsas, bonés e acessórios. As aulas são realizadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h ou das 14h às 18h.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Thales Mendes, a Fábrica Social é um exemplo de inclusão produtiva que une capacitação e transformação pessoal. “Cada certificado entregue representa mais do que uma nova habilidade: significa resgatar autoestima, abrir caminhos para a independência financeira e devolver a esperança para quem mais precisa. É esse impacto humano e econômico que torna a Fábrica Social um patrimônio do nosso Distrito Federal”, afirmou.
Entre as histórias inspiradoras está a de Elisângela Cedrini, 49 anos, hoje instrutora do curso. Após perder o emprego durante a pandemia e enfrentar problemas de saúde, ela decidiu recomeçar na Fábrica Social. O contato com as máquinas de costura despertou uma nova paixão e, após se formar, ela passou a ensinar no mesmo local onde aprendeu. “O curso mudou totalmente a minha vida. Eu era da área de saúde e precisei recomeçar do zero. Ver meus alunos aprendendo e se superando me emociona todos os dias”, conta.
Outra aluna, Teresa Régia Araújo, 42 anos, mãe de três filhas, também viu a vida mudar em poucos meses. Sem renda, ela encontrou na Fábrica Social uma nova profissão. “Aprendi a costurar, fazer modelagem e até desenhar. Hoje consigo trabalhar de casa, cuidar das minhas filhas e ter uma vida melhor. A costura está me trazendo qualidade de vida”, afirmou.
Histórias como a de Cléber Vagner Dino, 56 anos, reforçam o impacto do projeto. Após perder o emprego e enfrentar depressão, ele redescobriu o ânimo ao aprender costura e modelagem digital. “O conhecimento que adquiri aqui abriu um novo horizonte. Renovou minha vida e me deu novas perspectivas”, disse.
A costureira Vanuza da Silva, 39, moradora do Recanto das Emas, também encontrou na capacitação uma forma de agregar valor ao próprio trabalho. “Como faço crochê, às vezes preciso forrar a peça. Antes eu terceirizava, agora eu mesma posso fazer. É muito gratificante estar aqui aprendendo”, afirmou.
O curso é executado por uma organização da sociedade civil contratada pela Sedet, com investimento anual de cerca de R$ 6 milhões. Parte dos produtos confeccionados é destinada a ações sociais e ao próprio governo, como os enxovais utilizados na rede pública de saúde.
O espaço conta com 470 máquinas industriais, entre caseadeiras, galoneiras, overlock e interlock. “Nosso objetivo é gerar oportunidade para quem deseja aprender uma nova profissão e até produzir em casa”, destaca Thales Mendes.
A expectativa é expandir o projeto com a criação de uma nova unidade no Sol Nascente, com 2,4 mil metros quadrados, ampliando a oferta de vagas e descentralizando as atividades. “O governador Ibaneis Rocha já anunciou a nova estrutura, que vai nos aproximar ainda mais dos alunos”, completou o secretário.
Para participar, é necessário estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) e ter renda per capita de até R$ 200. Os alunos recebem uma bolsa de R$ 304, lanche, auxílio-transporte e um bônus de produtividade conforme o que produzem após a fase de instrução. As inscrições são divulgadas no site da Sedet-DF.
Com informações de Agência Brasília
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