Programação diversificada, acessibilidade ampliada e novas sessões impulsionam presença de espectadores ao longo do ano
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| Geovana Albuquerque/Agência Brasília |
O ano de 2025 caminha para a reta final, mas os resultados acumulados até aqui já consolidam o Cine Brasília como um dos principais polos de exibição e formação audiovisual do país. Entre janeiro e novembro, o espaço recebeu 159.531 espectadores, número que reforça a relevância de um dos últimos cinemas de rua em atividade no Brasil e evidencia os efeitos de uma política contínua de diversificação da programação, ampliação do acesso e fortalecimento do vínculo com diferentes públicos do DF.
O desempenho também se reflete na circulação do cinema nacional. Dados registrados até o dia 12 deste mês mostram que o longa-metragem O Agente Secreto ultrapassou 993 mil espectadores em 743 salas pelo país, sendo mais de 9 mil deles no Cine Brasília. Esse volume representa participação próxima de 1% do público total do filme e coloca o cinema como o 12º maior exibidor da produção no Brasil. Outro destaque é a obra brasiliense A Natureza das Coisas Invisíveis, que superou 3 mil espectadores em 33 cinemas brasileiros, dos quais cerca de 1,2 mil assistiram ao filme no Cine Brasília, concentrando aproximadamente 40% do público total e posicionando o espaço como principal exibidor do longa no país.
Entre os marcos do ano está a ampliação da grade regular, com a criação de novas sessões fixas semanais voltadas a diferentes rotinas e perfis de público. A Sessão Contraturno, realizada às sextas-feiras pela manhã, e a Sessão Família, aos domingos à tarde, ampliaram as possibilidades de frequência e reforçaram o compromisso do cinema com o acesso democrático à experiência cinematográfica.
A acessibilidade seguiu como eixo estruturante da programação. A Sessão Acessível, ampliada em 2024, manteve apresentações quinzenais ao longo do ano, com recursos de audiodescrição, legendas descritivas e Libras, sempre com entrada gratuita. Já a Sessão Atípica, criada para atender ao público neurodivergente, foi fortalecida e passou a ocorrer duas vezes por mês, incluindo uma edição aos sábados. A partir da segunda semana em cartaz no Cine Brasília, O Agente Secreto passou a ser exibido com legendas descritivas na tela em todas as sessões.
O ano também marcou a criação de novas sessões especiais fixas, ampliando o escopo curatorial do cinema. A Sessão Clássicos foi incorporada à programação mensal a partir de abril, promovendo o reencontro do público com obras fundamentais da história cinematográfica. Em junho, foram lançadas a Sessão Monumental, voltada a filmes de grande impacto artístico ou histórico, e a Sessão Circuitão, dedicada a títulos de maior apelo popular, reforçando a proposta de unir cinema de arte e produções mainstream no mesmo espaço cultural. Essa estratégia é acompanhada por uma política de ingressos a preços fixos, com valores inferiores aos praticados nos cinemas comerciais, ampliando o acesso do público.
Para além da exibição de filmes, o equipamento cultural manteve ações de participação e transparência, como os encontros mensais do conselho consultivo, abertos ao público, além de chamadas públicas permanentes e do programa de fidelidade.
Os resultados confirmam o êxito do modelo de gestão compartilhada entre a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF e a Box Cultural, renovado em 2024. Com números expressivos de público, programação diversificada e maior visibilidade ao longo de 2025, o Cine Brasília reafirma seu papel como espaço vivo de cultura, formação e encontro na cidade, projetando um 2026 marcado pela continuidade das políticas de acesso, experimentação e valorização do cinema brasileiro e contemporâneo.

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