Meteorologia adverte para tempestades com ventos violentos, que podem chegar aos 100km/h, e queda de granizo. Sete unidades da Federação estão na zona de perigo
Antonio Cunha/CB/D.A Press |
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, ontem, um alerta de que em sete unidades da Federação pode haver uma combinação climática de extremos — das altas temperaturas com chuvas fortes (de até 100 mm/dia), ventos intensos (entre 60km/h e 100km/h) e queda de granizo. Além disso, manteve a advertência de calor intenso para Distrito Federal, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Rondônia e Bahia.
"A questão principal é, justamente, o calor. Quando nós temos calor com um pouco de umidade, isso favorece o desenvolvimento das nuvens chamadas 'cúmulo negro' — aquelas de grande desenvolvimento tanto na vertical, quanto na horizontal. No topo dessas nuvens, há cristais de gelo. E quando há esse contato do frio com o quente, como está acontecendo, eles precipitam e caem em forma de granizo", explica Andrea Ramos, meteorologista do Inmet.
Desde o início deste ano, já foram registradas oito ondas de calor. Segundo a pesquisadora, a atual é a "mais duradoura e intensa" e, com exceção da Bahia e de Rondônia, outras unidades da Federação estão em alerta laranja para tempestades.
Frente fria
Um dos estados em que há uma grande preocupação com a combinação de calor excessivo com chuva violenta e ventos fortes é São Paulo — a qual ainda podem se somar os efeitos de uma frente fria. A expectativa é de que haja uma queda brusca de temperatura nas próximas horas: de 37°C para 23°C entre hoje e segunda-feira.
Ontem, a Defesa Civil emitiu um alerta — que se estende até amanhã — chamando a atenção para rajadas de vento que devem variar entre 60km/h e 80km/h. Porém, há a possibilidade de que possam chegar a 100km/h em algumas regiões do estado.
Por conta disso, o governo estadual montou um gabinete de crise com a participação de vários órgãos para se antecipar ao temporal e evitar transtornos como os ocorridos em 3 de novembro — cujo principal efeito foi um apagão que, em algumas regiões, durou uma semana.
Ante a possibilidade de desastres motivados pela combinação calor extremo-chuva violenta-fortes ventos, alguns municípios paulistas cancelaram eventos ao ar livre. A Prefeitura da capital suspendeu 55 deles, como os que estavam previstos na Expo Consciência Negra, no Memorial da América Latina. Já a administração de São Bernardo do Campo tomou a mesma decisão e o governo do estado trabalha com a expectativa de que outras cidades também cancelem encontros.
Os alertas do Inmet se dividem em duas categorias: "perigo potencial" e "perigo". No primeiro caso, o risco é de chuvas intensas, com um volume pluviométrico que pode chegar a 50mm por dia e ventos de até 60km/h.
Já o alerta de "perigo" chama a atenção para um volume de chuvas de 100mm/dia, ventos intensos (de até 100km/h) e queda de granizo.
59,3°C de sensação térmica
O Rio de Janeiro registrou, ontem, a maior sensação térmica medida pelo sistema AlertaRio, da Prefeitura da capital fluminense: 59,3°C em Guaratiba, na Zona Oeste, às 10h20. Até então, o recorde era da terça-feira, quando foi registrado 58,5°C no mesmo bairro. A sensação térmica é a maneira como o corpo humano percebe a temperatura do ambiente e os principais fatores que a influenciam são velocidade do vento e umidade relativa do ar. Mas o calor na cidade não foi recorde: pelo AlertaRio (que monitora a temperatura no município desde 2014), a máxima foi de 41,4°C, também em Guaratiba. O recorde do ano foi na quinta-feira, no mesmo bairro: 42,6°C. (Com Agência Estado)
Com informações do Correio Braziliense - Fabio Grecchi, Mayara Souto
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