Armas de países como Croácia, Eslovênia, República Tcheca e Turquia entravam no Brasil via Paraguai. PF desmontou esquema nesta semana
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Fhillip da Silva Gregório, 36 anos, conhecido como Professor do Alemão, está no centro do esquema de aquisição de armas e munições para a facção Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro. O armamento era trazido de diversos países da Europa para o Brasil.
As armas vindas de países como Croácia, Eslovênia, República Tcheca e Turquia entravam no Brasil pelo Paraguai. Fhillip e Diego Hernan Dirísio, 49, traficante de armas da América do Sul, são apontados pelo Polícia Federal (PF) como os principais nomes por trás do esquema.
De acordo com o Fantástico, da TV Globo, a investigação que deu início à operação policial deflagrada na terça-feira (5/12) durou três anos e se iniciou a partir da apreensão de pistolas e fuzis na Bahia. A PF estima que, de 2020 até aqui, o esquema de Diego Hernan Dirísio tenha movimentado R$ 1 bilhão.
A empresa de Dirísio fazia vendas legais de armas no Paraguai. As compras eram feitas usando a empresa dele, que, até então, era legalizada no Paraguai. A Dimabel, órgão de fiscalização de armas no Paraguai, chefiado por militares, dava autorização para a entrada do material no país.
Trocas de mensagens publicadas pelo Fantástico mostram que, desde 2020, Dirísio corrompia oficiais de alta patente com presentes de aniversário.
“Muito obrigado pelo presente. Estou muito contente”, disse um coronel.
Em outra mensagem, Dirísio combina a entrada de equipamento direto com Jorge Antonio Orue, chefe da Dimabel e que chegou a comandar a Força Aérea do Paraguai.
No total, 15 funcionários da Dimabel, incluindo os oficiais, foram alvo da operação na última terça. O general Jorge Antonio Orue se entregou às autoridades um dia depois, na quarta-feira (6).
Quem é Professor do Alemão
Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor do Alemão, está foragido desde 2018 e é peça-chave no esquema investigado pela corporação.
Nascido em 1987, Gregório faz parte do CV. Na organização criminosa, ele atua como chefe do tráfico de drogas na região do Complexo do Alemão. A relação do Professor com o crime começou cerca de 10 anos atrás.
Em 2012, ele acabou preso em flagrante com comprovantes de depósitos bancários feitos a favor do tráfico de Nova Brasília, uma das comunidades do Alemão.
Confira a trajetória de Fhillip no crime:
– 2012: prisão em flagrante com comprovantes de depósitos bancários;
– 2012: após ameaça contra mulher, foi enquadrado na Lei Maria da Penha;
– 2015: preso pela PF em um sítio utilizado para receber drogas, armas e munição;
– 2018: fuga do presídio Edgard Costa;
– 2021: responde por um homicídio após um baile funk.
Com informações do Metrópoles - Samara Schwingel
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