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Coleta seletiva atinge 90% da população urbana do DF e recolhe 48,5 mil toneladas de recicláveis em 2025

Operação do SLU, em parceria com 22 cooperativas, ampliou em mais de 220% o volume processado desde 2020 e reforça o desafio da conscientização sobre o descarte correto


Joel Rodrigues/Agência Brasília
A coleta seletiva no Distrito Federal alcança atualmente 90,3% da população urbana, consolidando-se como uma das políticas ambientais mais abrangentes do país. De acordo com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), 33 das 35 regiões administrativas contam com o serviço porta a porta, enquanto Sol Nascente/Pôr do Sol e Água Quente estão em estudo para serem incluídas no cronograma. Entre janeiro e setembro deste ano, foram recolhidas 48,5 mil toneladas de materiais recicláveis — um aumento expressivo de 222% em relação a 2020, quando o programa começou a ser ampliado.

O avanço é resultado da expansão do serviço, do fortalecimento das cooperativas e de ações permanentes de educação ambiental. Financiado pela Fonte 100 do Governo do Distrito Federal (GDF), o programa garante remuneração por tonelada processada às cooperativas, além da renda obtida com a comercialização dos materiais, assegurando a sustentabilidade da operação.

A diretora técnica do SLU, Andrea Almeida, explica que todas as regiões administrativas já possuem alguma modalidade de coleta seletiva, seja porta a porta ou por pontos de entrega voluntária. “O governo oferece a estrutura, mas o cidadão precisa fazer sua parte. Separar o lixo corretamente é uma obrigação prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos”, destaca.

Atualmente, cerca de 9,2% de todo o lixo recolhido no DF é composto por materiais recicláveis — índice superior ao de 2024, que era de 8%. A meta é encerrar 2025 com 10% do total de resíduos destinados à reciclagem. “Além do benefício ambiental, a coleta seletiva gera trabalho, renda e oportunidades, especialmente para mulheres, que representam quase 70% dos catadores”, ressalta Andrea.

O material é encaminhado às Instalações de Recuperação de Recicláveis (IRR), como o galpão da Cooperativa Cortrap, no Setor Complementar de Indústria e Abastecimento. Segundo o diretor-presidente da entidade, Janilson Santana Andrade, o grupo processa cerca de 360 toneladas por mês, com reaproveitamento de 20 toneladas diárias. “Hoje temos galpões, esteiras e contratos estáveis com o SLU, o que trouxe mais dignidade e segurança para quem vive desse trabalho”, afirma.

Apesar dos avanços, o descarte incorreto ainda é um desafio. “Chegam muitos materiais contaminados com restos de comida, vidro e até seringas. Isso causa acidentes e dificulta o trabalho. É importante que as embalagens sejam lavadas e o vidro esteja devidamente embalado”, alerta Andrade.

Andrea reforça que a separação na origem continua sendo um dos principais gargalos. “A população ainda mistura resíduos orgânicos com recicláveis. Por isso, mantemos ações educativas permanentes em escolas, órgãos públicos e mídias, buscando consolidar o hábito da separação”, explica.

Além da coleta seletiva, o SLU mantém duas usinas de tratamento mecânico biológico (UTMBs), responsáveis por reaproveitar parte do lixo convencional e produzir composto orgânico distribuído a pequenos agricultores. Segundo o órgão, mais de 40% dos resíduos passam pelas UTMBs, e a meta é ampliar o índice de reaproveitamento de entulho da construção civil de 20% para 40% com o novo contrato.

Para facilitar o engajamento dos moradores, o SLU disponibiliza o aplicativo Coleta DF, que informa dias e horários de coleta, além de orientar sobre a separação e indicar pontos de entrega voluntária. O app está disponível para Android e iOS.

Atualmente, a operação da coleta seletiva no DF envolve 22 cooperativas e é coordenada pelo SLU. A triagem ocorre em galpões licenciados, e os materiais recicláveis são comercializados com empresas especializadas, enquanto os rejeitos seguem para o Aterro Sanitário de Brasília.

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