Deputado do Republicanos-DF afirma que o Brasil já vive um “narcoestado” e defende leis mais duras, tecnologia e inteligência para enfrentar PCC e Comando Vermelho
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Em entrevista ao Radar DF, o deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF) fez um alerta sobre o avanço das facções criminosas no Brasil e defendeu o endurecimento das leis como forma de conter a atuação do PCC, do Comando Vermelho e de outras organizações do crime. Para ele, o país já vive um “narcoestado”, marcado pela profissionalização e pelo uso avançado de tecnologia por parte desses grupos.
“PCC e CV funcionam como empresas do crime, com tecnologia de ponta, drones vigiando polícia e comando nacional direto dos presídios, aterrorizando comunidades inteiras. Tratar traficante de facção como criminoso comum é suicídio”, afirmou. O parlamentar defende a adoção de leis mais rígidas, como prisão perpétua para crimes graves, fim das saídas temporárias e da progressão de regime, alinhado ao posicionamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Segundo Linhares, o Estado precisa agir com mais inteligência e integração entre instituições para impedir o avanço das facções. Ele citou projetos de sua autoria, como o que penaliza o uso criminoso de drones e o PL 2907/23, que atualiza o conceito de organização criminosa e cria a figura da organização criminosa familiar, responsabilizando também quem financia ou facilita as ações dessas redes.
Ao falar sobre o PL 4114/23, elaborado com sugestão da Polícia Civil do DF, o deputado explicou que o objetivo é permitir interceptação de comunicações telefônicas em crimes hediondos, impedindo que líderes de facções comandem operações de dentro dos presídios. Para ele, atacar o núcleo financeiro e operacional dessas organizações é o caminho mais eficaz para enfraquecer sua estrutura.
Linhares também destacou o avanço da PEC Antifacção, relatada pelo deputado Guilherme Derrite, e disse que participou ativamente da construção do texto. Ele considera a proposta essencial para dar mais segurança jurídica e instrumentos à linha de frente do combate ao crime organizado.
O deputado ainda reforçou seu apoio ao fim de benefícios como progressão de pena e saídas temporárias em casos de crimes bárbaros e crimes ligados a facções. “O Brasil não pode ser um país onde criminosos perigosos entram e saem do sistema como se estivessem passando por uma porta giratória”, criticou.
Sobre a possibilidade de um plebiscito nacional para decidir sobre prisão perpétua, Linhares afirmou que a sociedade deve ser ouvida. “Assinei o plebiscito porque a população precisa participar dessa decisão. Se o país quer proteger famílias, mulheres e crianças, discutir prisão perpétua para crimes graves faz parte desse caminho”, declarou.

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