Programa abastece 697 unidades escolares com alimentos frescos e nutritivos, impulsionando meio milhão de refeições diárias
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| Joel Rodrigues/Agência Brasília |
A agricultura familiar tem se consolidado como peça central no abastecimento das 697 escolas públicas do DF, garantindo refeições frescas, variadas e nutritivas para milhares de estudantes. Ao mesmo tempo, o programa fortalece 983 famílias produtoras que participam do Programa de Alimentação Escolar (PAE-DF). O impacto desse trabalho é percebido nas salas de aula, como destaca o estudante Adam Brandão, de 17 anos, do Centro de Ensino Médio 1 do Guará: ele elogia a variedade, o sabor e a qualidade da merenda, que ajuda no desempenho escolar.
A merenda escolar tem papel estratégico no DF por unir alimentação saudável e estímulo à economia local. Para o secretário de Agricultura, Rafael Bueno, esse ciclo fortalece o produtor rural, gera renda no campo e contribui para a segurança alimentar de milhares de famílias, promovendo inclusão produtiva, sustentabilidade e desenvolvimento regional.
Até agora, mais de R$ 22,7 milhões já foram pagos a grupos formais da agricultura familiar com contratos vigentes, representando 42,5% dos recursos repassados pelo FNDE. A Secretaria de Educação também realizou compras com verba própria do GDF, somando R$ 8,6 milhões. Atualmente, 18 contratos ativos totalizam mais de R$ 57,2 milhões destinados à aquisição de alimentos da agricultura familiar.
O cardápio das escolas contempla 39 gêneros alimentícios entre frutas, verduras, legumes e laticínios — como banana, goiaba, tomate, abóbora, cenoura, queijo, manteiga e iogurte. Em 2026, mel e filé de tilápia também serão incorporados. Para garantir frescor, os alimentos são colhidos no fim de semana e entregues nas segundas-feiras, com acompanhamento constante de nutricionistas da Secretaria de Educação.
A subsecretária de Apoio às Políticas Educacionais, Fernanda Mateus, explica que o DF amplia continuamente a variedade de itens adquiridos. Atualmente, mais de 38 produtos da agricultura familiar compõem o cardápio, incluindo novidades como tomate-cereja e quiabo. Mais de 50% dos gêneros alimentícios utilizados na merenda vêm da agricultura familiar — um universo de cerca de 90 itens, que sustentam 500 mil refeições por dia.
Para que esse sistema funcione, a SEEDF atua em conjunto com a Seagri-DF e a Emater-DF por meio de um grupo gestor que avalia disponibilidade de produção, sazonalidade e viabilidade de novos itens. A inclusão do mel, por exemplo, foi resultado de estudos técnicos que comprovaram a capacidade produtiva local.
A Emater-DF desempenha papel essencial ao orientar agricultores desde a escolha das culturas até a entrega final. Segundo o presidente Cleison Duval, o PNAE é uma política estruturante que fortalece a cadeia produtiva, garante renda estável e incentiva práticas sustentáveis, permitindo que produtores se profissionalizem e acessem novos mercados após iniciarem no programa.
No CEM 1 do Guará, a diretora Cynara Martins relata mudanças positivas na rotina alimentar. Hoje, os estudantes têm acesso diário a saladas, legumes, frutas e sucos naturais. A variedade e o frescor dos alimentos aumentaram a aceitação entre os alunos. A logística também é elogiada: os produtos chegam sempre às segundas-feiras e são substituídos imediatamente caso apresentem algum problema.
A merendeira Elivania Nogueira, de 48 anos, destaca que trabalhar com ingredientes frescos torna o preparo mais satisfatório e saboroso. Ela afirma cozinhar como se fosse para seus próprios filhos, sempre prezando pela qualidade. Segundo Elivania, os elogios dos estudantes são frequentes — um reflexo da mudança positiva proporcionada pela agricultura familiar na alimentação escolar do DF.

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