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GDF intensifica combate ao Aedes aegypti no DF com novas tecnologias e reforço de agentes durante o período chuvoso

Ovitrampas, estações disseminadoras, drones e mosquitos com Wolbachia fortalecem o monitoramento e a prevenção da dengue e outras arboviroses


Com a chegada das chuvas, o alerta para o aumento do Aedes aegypti — transmissor de dengue, zika e chikungunya — foi acionado no Distrito Federal. Para enfrentar o período crítico, a Secretaria de Saúde (SES-DF) ampliou as ações de vigilância e controle do mosquito, adotando tecnologias, armadilhas e estratégias que ajudam a identificar áreas de risco e reduzir a circulação das arboviroses.

Nesta quinta-feira (27), agentes de Vigilância Ambiental revisitaram trechos do Sol Nascente, região considerada estratégica para o monitoramento. No local, são utilizadas estações disseminadoras de larvicidas (EDLs), que fazem o próprio mosquito levar o produto para outros locais, e ovitrampas, armadilhas que capturam ovos e ajudam a construir mapas de calor que orientam o trabalho das equipes.

Além disso, as ações incluem eliminação e tratamento de criadouros, uso de larvicidas em pontos estratégicos, borrifação intradomiciliar em imóveis de grande circulação, como escolas, e em locais com alta incidência de focos, como ferros-velhos. Pontos de difícil acesso também estão sendo monitorados e tratados com apoio de drones, que identificam possíveis criadouros. Outra frente é a soltura dos chamados “wolbitos”, mosquitos com a bactéria Wolbachia incapazes de transmitir vírus e que, com o tempo, substituem a população local do Aedes.

O biólogo da SES-DF, Israel Moreira, explica que o Sol Nascente possui 150 ovitrampas e mais de 3 mil EDLs devido ao histórico de transmissão e à alta densidade populacional da região. “Aqui temos duas estratégias: medir a infestação coletando ovos e controlar o mosquito usando o próprio vetor para disseminar o larvicida. São medidas recentes, mas já adotadas com sucesso em outras partes do país, por isso trouxemos para cá”, afirma.

O trabalho é contínuo, mas é intensificado no período chuvoso, quando recipientes expostos acumulam água com mais facilidade. Entre as regiões com maior cobertura de estações disseminadoras estão Recanto das Emas (198 unidades), Água Quente (79) e o Sol Nascente (2.918).

Reforço dos agentes


Para ampliar a capacidade de atuação, o GDF nomeou, em novembro do ano passado, 800 novos agentes de saúde — sendo 400 de Vigilância Ambiental em Saúde e 400 agentes comunitários. Eles atuam diretamente em visitas domiciliares, ações educativas e monitoramento das armadilhas.

Segundo a agente Tawanna Ferreira, a população do Sol Nascente tem recebido bem o trabalho. “Os moradores entendem que a ovitrampa ajuda a medir onde tem mais foco e que a EDL é uma estratégia nova. Eles acompanham as instruções e sabem que as visitas semanais são fundamentais”, diz.

A agente ressalta que as orientações vão além da dengue. “Muitos moradores não sabem os riscos ou o que fazer. Explicamos sobre a necessidade de evitar água parada e até de tampar ralos, porque nesta época também há mais escorpiões saindo dos esconderijos.”

Cuidados que salvam


Para moradores da região, o acompanhamento tem feito diferença no dia a dia. A cozinheira Rosângela Ferreira, 41 anos, moradora do Trecho 1, afirma que as visitas reforçam a importância dos cuidados constantes. “Eu já tive dengue três vezes e foi muito ruim. Não tive mais depois que comecei a seguir todas as orientações”, relata.

No Trecho 3, a dona de casa Regiane Lopes da Silva, 45, destaca a importância do trabalho, especialmente para quem tem crianças em casa. “Os agentes explicam tudo direitinho. A gente deixa a armadilha no cantinho certo, evita água parada e mantém os pneus e ralos protegidos.” Ela conta que o filho chegou a ser internado com dengue hemorrágica. “Agora seguimos tudo certinho, e todo mundo tomou a vacina. Queremos ficar seguros.”

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